AUTOBIOGRAFIA
DO IRMÃO RYBA
José
Ribamar Gonçalves Lima (Ir. Ryba) da Ong Ide Livre
Origem:
Nasci
em 25 de julho de 1960 em Presidente Dutra. região central dos cocais
maranhense. Minhas avós dizem que eram indígenas: A minha avó por parte de pai
era índia Guajajara da aldeia da Barra do Corda, meu avó era originário dos
Gonçalves. Foi proprietário de engenho e criador de gado no distrito de
Firmino, cuja atividade vem sendo desenvolvida até nossos dias pela “Família”
Já minha avó por parte de mãe era Índia da aldeia dos Ramkokamekrá (Canela) da
região de Fernando Falcão/MA. (distrito de Leandro) .Meu avô materno foi um
prospero boiadeiro dos sertões maranhense, originário da família dos Leandros
criadores de gado “vacum” descendentes dos antigos portugueses do sul do
Maranhão.
Família
Aos
sete anos de idade meus pais se separaram e eu e meus dois irmãos tivemos que
conviver doravante “Sem Família” OBS: Lembro-me de um episódio ocorrido na
escola municipal ao lado de nossa casa, na qual fomos proibidos de frequenta-la
por ser filho de “mulher da vida” (...) rapariga!. E tive que fazer meus
estudos numa outra escola bem distante da nossa casa. Minha mãe também era
costureira, depois passou a “costurar para dentro e para fora” para nos
sustentar. Meu pai foi lavrador e fabricante de telhas e tijolos em nosso sitio
urbano e posteriormente virou pedreiro.
O
dia mais triste de nossas vidas foi quando nos disseram que o sitio tinha sido
vendido para pagar dividas contraídas pelo nosso pai, Ali em nossa porteira da
infância meus dois irmãos menores caíram em prantos desenfreado, Contudo, o
caseiro tentou nos consolar e nos disse que podíamos frequentá-lo
constantemente, porém, sabíamos de antemão que nunca mais iriamos brincar
naquele grande bananal, e nem fazer nossas rocinhas de várzeas! (cujas
lembranças ainda vem a tona em meus sonhos ocasionais!).
Mudança
Em
1977 mudamos para a cidade de Imperatriz /MA. Para melhorar de vida na cidade
grande interiorana. pois no “Curador” (Presidente Dutra), eu passava o meu
tempo sem vícios fora da escola, em pescarias no riacho preguiça e lagoas da
região. Também ajuntava coco babaçu (gongolos, delicias!) e vivia pelos matos
pegando passarins.. Ou seja, já vivia ide livre pelos campos (saudades!). Ao
chegar em Imperatriz meu calvário iria só começar amigos! Primeiro tive que
ficar sem estudar para poder ajudar minha mãe nas despesas de casa. pois
dali para frente viramos “Sem Tetos”.
Meu primeiro serviço até que era gostoso, passei de estudante (vida boa!) para
vendedor de saladas de bananas no entroncamento da Br 010 na grande Imperatriz!
Vícios
A
vida na cidade grande do interior muita das vezes é só fantasias de retirantes
de currutelas. A nossa, agora, “metade família” foi se diluindo aos poucos,
pois, um dos meus irmãos tinha sido roubado pelo nosso pai antes de irmos morar
em Imperatriz. As dificuldades aumentavam cada vez mais, e minha mãe teve que
ceder, e deixar nosso irmão mais novo, ir morar em Araguaína /TO. com a nova
família do nosso pai a qual se encontrava mais estável. Dali em diante, só
ficou eu e minha mãe morando em Imperatriz sobrevivendo aos trancos &
barrancos. Ao lado de nossa casa de aluguel havia uma fabrica de doces e balas,
ali comecei a trabalhar com eles de ajudante/ajudado!.,
Então
minha mãe resolveu voltar para Presidente Dutra e se encontrou com um amante das antigas e resolveram casar em
contrato matrimonial (amigar socialmente!). pois o meu futuro padrasto era pai
até de desembargador no Maranhão, bem como de uma família tradicional e podre
de rica em Pedreiras/Ma. Fui convidado a ir morar com eles no meio da “elite”
na princesa do Mearim “Pedreiras”.e posteriormente fazer faculdade em São Luis
do Maranhão....mas já era tarde demais. Em 1979 eu já havia conhecido a minha
maior inimiga “a droga” através do filho do meu patrão que viera de Belo
Horizonte passar uma temporada com ele na cidade. Eu viajava, viajava! e
conhecia o mundo mentalmente naqueles idos nos entardecer da beira rio em
Imperatriz.(só curtição!) A minha mente já não era a mesma, eu me sentia o dono
de minha vida e resolvi encarar o mundo sozinho desde então.(bobões, puro
engano!).
Perdas
No
inicio da década dos 80 já havia perdido a confiança do meu patrão, contudo, já
havia conquistado uma função de encarregado da fabrica...eu .já era um mestre
doceiro que cuidava do ponto do mel (raridade!), bem como da venda dos produtos
tipo: balas coloridas, ioiô etc.(meu patrão me dizia que estava transferindo
para mim a sua profissão aprendida em Minas Gerais, porém, eu os decepcionei, e
optei pelas ilusões das drogas, especialmente a maldita maconha. Fui despedido
desse emprego e tive que ir trabalhar de
ajudante de pedreiro (orelha seca!) e posteriormente de zelador de um posto de
combustível na Br 010 em Imperatriz./MA. Por conseguinte, ganhei novamente a
confiança do gerente e do dono do posto, pois havia realizado uma limpeza geral
no grande pátio daquele auto posto da beira da estrada (uma espécie de motel a
céu aberto).e como premio, fui trabalhar de frentista e doravante começou a
bagaceira das drogas em minha vida.
Naquele
ambiente de “esquemas” e prostituição, a droga rolava à solta e fui me
afundando cada vez mais no vicio dos entorpecentes e vadiagem com a raparigagem
do lugar!.(eita lasqueira!) Entrementes, eu era um funcionário de inteira
confiança do patrão e subir de função, passando a ser (autos!) caixa daquele
grande posto de combustível. (chic hein!) O gerente por ser de origem humilde
goiana do interiô, (uái sô!) assim como ter ascendido na vida, Investia as
fichas em mim para ocupar uma posição de subgerente dentro da rede de postos. Fiquei
amigo de seus filhos os quais eu era um pouco mais velho do que eles. Dentre
estes, havia uma garota saindo da adolescência a qual gostava de musica e
queria aprender tocar violão, porém não havia professor para lhes ensinar os
primeiros acordes do amor (digo, musicais!).
No
compasso dos acordes musicais me fiz seu pofexô!,(eu arranhava o violão
razoavelmente bem!), e lhes ensinei algumas notas que fazia vibrar o seu
coração de alegria ao lhe dar aulas em particular. Muitos já notavam o “gosto”
que aquela linda goianinha de pele branquinha e lisinha, tinha pela minha
rústica e humilde pessoa, (ôpai!), Inclusive, chegando ao ponto de falar em
público comigo antes de ir para a escola do centro da cidade, a qual, era
terminantemente proibida de prosear com os funcionários naquele pátio da
vadiagem noturna. Pois ali, moça de “Família” não podia papear pois poderia ser
confundida com uma piriguete frequentadora do mesmo.
As
drogas já haviam me dominado e o que eu ganhava, mal dava para sustentar o meu vicio.
A goianinha continuava tentando aprender a tocar violão. No entanto, eu fui um
professor relaxado e não conseguir lhes ensinar direitinho a canção do amor!.
Pois vivia na ilusão das drogas e fantasias com a mulherada vadia!.. Se ao
menos eu tivesse conseguido lhes ensinar um modão goiano, hein!. O meu futuro
como professor maluco teria sido bem diferente,, Quiçá, pudéssemos hoje em dia
tocar a canção dos amantes e da “Família” do Pe Zezinho!,. e certamente, eu
continuaria sendo o seu eterno pofexô de viola xonada!.. Entrementes, as cordas
do nosso violão foram quebradas pelas drogas no dia em que eu cai drogado no
pátio daquele posto malvado, o qual deixou meu coração em pedaços doravante.
O desprezo
Estendido
no pátio daquele posto de combustível todos riam de mim, estava ali caído ao
chão o futuro de um jovem incauto e “profano”. O qual abusou do poder de
sedução e destruição que a droga realiza na vida de um ser humano. Em seguida,
a goianinha rejeitou as minhas aulas e se afastou de mim para sempre. Porém, o
destino me pregou uma peça daquelas só para maltratar ainda mais o meu coração
de ativista. Eu á vi toda feliz abraçada com o seu esposo em frente do meu novo
serviço de educação antidrogas, localizado na época, na avenida Prefeito João
de Sousa Lima na cidade de Araguaína na década de 90..
Confesso,
não suportei a dor e chorei copiosamente!.(só não fiquei de porre na Feirinha
(cabaré de pobre!) porque já havia virado crente, preferi sofrer calado ao pé
da cruz!) Dali em diante meus amigos & irmãos!, eu resolvi dedicar a minha
vida diariamente a educação antidrogas como ativista da cidadania pela
sobriedade!, pois encontrei um novo amor fraternal e compassivo!., Sim meus
amigos!, hoje de coração partido e cheio de cicatrizes!, aprendi novas notas
musicais com o Cristo, bem como a entoar uma nova canção do amor a sobriedade
pela vida através do grande Elohim!, o eterno.
Ministério
Irmão Ryba Gonçalves |
Cidadania
Com
o nosso desprendimento social desprovido de vaidades pessoais ao longo desta
caminhada de sobriedade, esperança e fraternidade verdadeira,. transformamos um
grupo musical de jovens religiosos, em uma Ong da cidadania conhecida como Ide
Livre, a qual estar em atividade desde 1989. O meu envolvimento de corpo e alma
com esta organização não governamental (Ong)., construiu em minha vida social,
uma nova visão sobre as “coisas da vida” em nível educacional, na política e na
religião, agora posso ver o mundo por outro prisma da realidade e da cidadania
via as “Escrituras Sagradas”. Entendemos
que a religião precisa ser socializada integralmente, “"Porque, assim como
o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta".
Tiago 2:26
Ao
longo destes 30 anos de cidadania social e religiosa, ajudamos também a fazer
muitas ações de desenvolvimento neste município de Araguaína. A nossa maior
obra é manter viva, a esperança da realização da visão daquele pequeno grupo de
quatro jovens sonhadores, Eu, o Joãozinho, o Edilberto e o Giltanci, os quais,
alguns lançaram mão do arado, todavia, nós demos prosseguimento a missão com
uma nova equipe nesta grande obra de Deus, a qual, vem sendo realizada nesta
cidade através da Ong Ide Livre, mesmo que para isso temos que enfrentar
resolutos a oposição da cidadania popular e o diabo..
No
final dos 90 e inicio do novo século, tivemos participações efetivas, em
dezenas de ações realizadas através da influencia benéfica da Ong Ide Livre sob
a nossa gestão, destacamos: As participações nas criações do: Conselho
Municipal Antidrogas (COMAD), No Conselho Municipal da Criança e do
Adolescente. No Conselho Tutelar, No Conselho do PETI. E na Comissão
Intersetorial da Saúde do Trabalhador (CIST) etc.
Outra
atividade de grande relevância realizada por nós na gestão da Ong Ide Livre,
foi o apoio para a implantação definitiva na cidade do Movimento Nacional de
Lutas Pela Moradia (MNLM/SALM). Objetivando atender centenas de famílias “Sem
Tetos” de Araguaína, onde foi construído o projeto de Moradia Popular no Setor
Morada do Sol II com 200 residências já entregues. Fizemos também gestão de
apoio ainda no passado para a construção do Condomínio popular Irmã Dorothy (em
construção no Bairro JK o qual beneficiará 36 famílias de baixa renda, bem como
outros projetos em conclusões para inicio das obras.
Através
de nossa gestão popular na Ong Ide Livre ajudamos também a organizar e
implantar a Associação Comunitária do Setor Monte Sinai, na qual tivemos
momentos marcantes de luta pela conquista da terra. Hoje este setor com mais de
5 mil pessoas é um dos mais conhecidos da cidade e em Tocantins.. Certamente
participamos daquela grande aventura popular em prol dos “Sem Tetos”,
simplesmente objetivando beneficiar o povo!, pois não tenho se quer um metro de
terra no setor..
Novo projeto
Atualmente
estamos dando a nossa humilde contribuição na implantação do serviço da Casa de
Apoio para pessoas vivendo com Aids de Araguaína e região (tipo albergado http://ongidelivre.blogspot.com.br/), a
qual estar localizada no Setor Oeste nesta cidade. Além deste serviço em
implantação, nós continuaremos a fazer a cidadania sem Dolo como conselheiro do
COMAD/Araguaína, assim como ativista na Ong Ide Livre e no MNLM até o fim,.
Desejando tão somente ver fluir o novo, e desinteressado em promoção social,
politica .e/ou religiosa como um humilde “Cristão Bereano”. Cremos que agindo
assim, estaremos promovendo o reino de Deus que será instalado na terra para
sempre logo mais ainda em nossa geração. Bem como contribuindo para a promoção
da propalada “Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade” de “fato”, e de livre
espontânea vontade sem as amarras do “Sistema” para o bem do nosso semelhante..
Atualidade
Quando
voltei de minhas viagens da ilusão das drogas, percebi que não havia concluído
ainda o ensino fundamental, pois tinha parado de estudar na 7ª série (é o novo
menino!). Com muito esforço terminei o primeiro grau em Araguaína
(supletivo/provão da Seduc/TO.!) e o segundo grau para variar “Supletivo/Provão
Seduc/MA.” em Imperatriz. Agora sou diplomado em nível médio pela secretaria
estadual de educação do Maranhão. (Ufa!, já sou quase doutor!) Porém, na minha
avançada idade compensa mais eu fazer um curso oficial de jornalismo (o qual
estou aguardando implantarem em Araguaína), pois não aguento mais me chamarem
de “jornaleiro de siteco”!...
Para
compensar a falta de educação superior fiz dezenas de cursos, e participações
infindas em seminários, conferências e fóruns, nas áreas da educação
antidrogas, assim como sobre ás Dst/Aids, Cidadania, Teologia básica,
congressos nacional de missões (Belo Horizonte), Webjornalismo e liderança.
Enquanto isso vou me especializando em comunicação pela web e tirando onda de
blogueiro e webjornalista no meu site: http://www.cerradonoticias.com.br/ bem como no meu
blog: http://selo144.blogspot.com.br e socializando a
comunicação nas redes sociais...Paz seja convosco!, eu sou o irmão Ryba “o
Cristão Bereano” vosso serviçal!!!...”Quando acabar, ainda dizem que o maluco e
desviado sou...âh! ham!”.I
Irmão Ryba participando de uma Assembléia do Comad/Araguaína em maio de 2016 |
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