Um Passo Sinistro Rumo a um Governo e a uma Religião Mundial
Autor: Jeremy James, 10 de
novembro de 2011.
Os observadores do Vaticano sabem
há algum tempo que Roma está trabalhando para expandir substancialmente seu
controle sobre os eventos mundiais e estabelecer um domínio global, seja de
forma irrestrita, ou em parceria com outras forças que participam no jogo do
poder intercontinental. Até agora, seus objetivos e ambições foram estruturados
em termos vagos e linguagem típica do Vaticano. Entretanto, para o católico
romano mediano, a filosofia social e política do Vaticano parece ser
simplesmente uma mistura curiosa de aspirações benevolentes e uma teologia não
bem definida, sem implicações tangíveis para o mundo real. Em grande parte ele
não vê sua igreja como uma grande participante no jogo de poder global, ou uma
ameaça potencial para a democracia e para as liberdades. Afinal, quem pode
questionar as constantes referências à necessidade de promover o "bem
comum" e um mundo melhor para todos?
Muitos livros excelentes lidam
com as verdadeiras ambições globais da Igreja Católica Romana e, mais
especificamente, a elite poderosa que a está usando para seus próprios propósitos.
Alguns desses autores também destacam os princípios patentemente marxistas que
fundamentam sua agenda sócio-econômica. Por exemplo, Ecclesiastical Megalomania
(Megalomania Eclesiástica, 1999), de John Robbins, é leitura essencial para
qualquer católico romano que esteja verdadeiramente preocupado com a direção
perturbadora que sua igreja está seguindo.
O Pano de Fundo para o Domínio
Mundial
Há muito tempo que a Igreja
Católica Romana reivindica o direito de governar o mundo. Por exemplo, já em
1493, o papa Alexandre VI decretou que o mundo deveria ser dividido em duas
zonas, uma dominada pela Espanha e a outra por Portugal. Milhões de pessoas
inocentes foram mortas ou escravizadas logo após esse decreto. Por meio das
tortuosas e enganosas maquinações da Ordem dos Jesuítas, a Igreja Católica
Romana envolveu-se em intrigas de incontáveis formas para desestabilizar os
países soberanos e derrubar governos legítimos. Os jesuítas organizaram a
Contra-Reforma, com o objetivo de destruir todos os vestígios do Cristianismo
bíblico verdadeiro na Europa. Isto levou à Guerra dos Trinta Anos, em que a
Alemanha foi devastada e milhões de civis inocentes foram mortos com grande
selvageria e crueldade.
Apesar disto, por meio de
intervenção providencial em estágios cruciais, a Reforma Protestante conseguiu
sobreviver e a guerra terminou com a Paz de Vestfália, em 1648. Embora esteja
grandemente esquecida no nosso mundo moderno, a Paz de Vestfália assumiu um
novo significado com a publicação, em 24 de outubro de 2011, de um documento
oficial do Vaticano intitulado "Para uma Reforma do Sistema Financeiro e
Monetário Internacional na Perspectiva de uma Autoridade Pública de Competência
Universal", que discutiremos em breve. Uma cópia desse documento pode ser
encontrada em:
Reconhecendo o princípio dos
Estados soberanos e independentes, a Paz de Vesfália permitiu que o
protestantismo continuasse sem ser molestado em partes selecionadas da Europa.
Não há dúvidas que Roma desdenha esse resultado e que há muito tempo procura
revertê-lo. Neste sentido, a Contra-Reforma nunca terminou e continua até hoje,
porém de uma forma muito disfarçada. Entretanto, o objetivo ainda é o mesmo,
isto é, destruir o Cristianismo bíblico e substitui-lo em todo o mundo por uma
versão corrupta, criada pelo homem, fabricada pelo grupo de elite de famílias
que controlam Roma há muitas gerações.
As Famílias do Papado
Ao longo de um período de
aproximadamente 600 anos, o papa era selecionado a partir de apenas onze
famílias — Orsini, Bórgia, Piccolomini, De Médici, Colonna, Farnese, Caetani,
Borghese, Barberini, Aldobrandi e Sforza. As quatro primeiras ocuparam o papado
por não menos que nove ocasiões. O historiador George L Williams fez uma
excelente trabalho em estabelecer o papel dominante que a genealogia e a
sucessão dinástica exerceram em decidir o papado. Em Papal Genealogy: The
Families and Descendants of the Popes (Genealogia Papal: As Famílias e
Descendentes dos Papas, 1997), ele faz as seguintes e instrutivas observações
[pág. 160]:
"As famílias dos príncipes
papais tinham a tendência de fazer seus filhos se casarem com filhas de outras
famílias com títulos papais, e os casamentos entre os membros dessas famílias
ainda estão ocorrendo no século 20. Durante os períodos do Renascimento e do
Barroco, os papas fizeram suas famílias prosperar presenteando-as oficialmente
com territórios, títulos e emolumentos, porém seus descendentes frequentemente
se casavam com membros de antigas famílias papais, como os Colonna, Orsini,
Sforza-Conti-Cesarini (herdeiro dos Conti) e Caetani. Mas, desde o século 17,
as famílias dos papas do período Barroco (isto é, os Boncompagni, Ludovisi,
Chigi, Albani, Altieri, Borghese, Aldobrandini, Ottoboni, Barberini, Pamphili,
Rospigliosi, Odescalchi e Corsini) estão mais inclinadas a fazer seus filhos se
casarem com filhas umas das outras..."
Grande parte do mesmo sistema de
apadrinhamento e nepotismo operava em outras poderosas cidades-estado
italianas. Por exemplo, Veneza foi uma das entidades políticas mais influentes
no mundo durante vários séculos. Entretanto, a classe governante naquela grande
cidade-estado era constituída por apenas um pequeno grupo de famílias. Cada
família tinha sua vez de ocupar o topo, em uma forma de rodízio — ocupando o
cargo vitalício de doge — ao mesmo tempo que continuava a garantir que a maior
parte das políticas seguidas fossem de benefício para o grupo como um todo. O
sucesso dessa estratégia é confirmado pela longevidade desse pequeno estado. Em
uma época em que impérios formidáveis ascenderam e caíram, ele sobreviveu e
prosperou, desde aproximadamente o ano 700 até 1798, quando foi finalmente
vencido por Napoleão.
No período de 1190-1730, Veneza
teve um total de 73 doges, dos quais 36 vieram de apenas nove famílias —
Contarini, Mocenigo, Dandolo, Cornaro, Gradenigo, Priuli, Morosini, Donato e
Venier. Sempre era do interesse dessas famílias influentes, bem como daquelas
com as quais elas se aparentavam via casamentos, apoiar e defender o sistema.
Nem uma família dominava, porém a elite governante mantia todas as demais
famílias influentes em xeque. Elas podiam ser cruéis no tratamento que
dispensavam aos estranhos, confiantes por saberem que os mesmos métodos não
seriam usados contra elas mesmas. A cidade de Gênova usava um sistema similar,
porém era menos eficaz, pois um número menor de famílias recebia a permissão de
dominar. Por exemplo, no período de 1339-1527, o cargo de doge, que mudou 42
vezes, foi ocupado em não menos que 29 ocasiões por apenas duas famílias: os
Adorno e os Fregoso.
Os venezianos também usaram outra
técnica vital para consolidar seu poder — uma rede ampla de espiões e
informantes. Esses agentes estavam baseados nas cortes das principais cidades
italianas, bem como em cidades-chaves em toda a Europa. Os dados de
inteligência coletados por meio dessa rede permitia que os venezianos
explorassem as oportunidades comerciais e militares, contemporizassem seus inimigos
e, por meio da intriga e da desinformação, colocassem um reino contra outro. O
mesmo sistema foi adotado e aplicado pela Ordem dos Jesuítas logo após sua
fundação, em 1540, e passou por muitos aprimoramentos desde então.
As Famílias da Elite Governam
A sucessão dinástica e os
casamentos planejados entre as famílias influentes da elite, ao longo de vários
séculos, garantiram que a Europa e os EUA sejam controlados hoje por um grupo
muito pequeno de pessoas. A maior parte do 1% que possui 40% da riqueza está
nessa categoria. Todos eles compartilham uma coisa em comum — uma profunda e
enraizada aversão ao Cristianismo. Não a variedade falsificada ensinada por
Roma — que continua a exercer um controle supersticioso sobre centenas de
milhões de pessoas inocentes — mas a versão fundamentada unicamente na Palavra
de Deus. Os cristãos verdadeiros olham somente para o Deus Vivo, enquanto que
os cristãos falsos invariavelmente olham para outra parte — para o papa, para o
clero, para a virgem Maria, os santos, os sacramentos e o bem comum.
Roma tem trabalhado
consistentemente para a criação de um império global. Nesse sentido, a Igreja
Católica é o veículo principal por meio do qual esse grupo de famílias de elite
tem feito avançar sua causa. Por meio dela, eles controlam e exploram as massas
em todos os cinco continentes, fazendo com que deixem de adorar e de orar ao
Deus Vivo e Verdadeiro — o Deus de Abraão, Isaque e Jacó. Eles também trabalham
por trás dos bastidores, por meio das estruturas da Igreja Católica Romana, e
de outras formas, para derrubar o sistema de Estados soberanos que foi
reconhecido pela Paz de Vestfália.
Muito mais poderia ser dito aqui
sobre o controle que essas famílias exercem sobre o sistema bancário internacional,
que, em grande parte, é uma criação delas, e do sistema das sociedades secretas
que elas e seus aliados usam há muito tempo para influenciar e controlar os
Estados independentes — a Ordem dos Jesuítas, os Cavaleiros de Malta, a
Maçonaria, os Cavaleiros de Colombo, a Sociedade Rosa-Cruz, a Sociedade
Teosófica, etc. — mas este não é o foco prinicipal deste ensaio. Se você
precisar de mais informações sobre esses aspectos, consulte outros de nossos
artigos.
Encíclicas Papais e um Governo
Mundial
A estrutura política preferida
pela Igreja Católica Romana é o fascismo. Sempre que esteve em ascendência em
qualquer país, ela caminhou nessa direção — por exemplo, na Espanha durante o
regime de Francisco Franco, em Portugal durante o regime de Salazar, na Itália
durante o governo de Mussolini, na Croácia durante o tempo de Pavelic, no
Paraguai durante o regime de Stroessner, no Chile durante o regime Pinochet, na
Argentina durante o governo Videla, e nas Filipinas durante o governo Marcos.
Muitos outros exemplos poderiam ser apresentados, em que uma elite poderosa,
endossada de forma não oficial pela Igreja Católica Romana, utiliza a força
militar para exercer o controle completo sobre um país e, rotineiramente,
sequestra, tortura e mata qualquer um que se atreva a fazer oposição. A
mentalidade que está por trás disso baseia-se na crença que o fim justifica os
meios, que a Igreja tem a autoridade moral para governar sem restrições e que
as dificuldades iniciais serão solucionadas no tempo devido, à medida que a população
de submeter à vontade suprema de uma autoridade centralizada supostamente
beneficente.
A mesma mentalidade tem sido
evidente nos pronunciamnetos do Vaticano há décadas. Por exemplo, na encíclica
Populorum Progressio (1967), o papa Paulo VI escreveu:
"22. 'Enchei a Terra e
dominai-a': logo desde a sua primeira página, a Bíblia ensina-nos que toda a
criação é para o Homem, sob a condição de ele aplicar o seu esforço inteligente
no seu aproveitamento, e de, pelo seu trabalho, por assim dizer a completar
para o seu próprio serviço. Se a Terra é feita para fornecer a cada um os seus
meios de subsistência e os seus instrumentos de progresso, todo o homem tem,
portanto, o direito de nela encontrar o que lhe é necessário. 0 recente
Concílio lembrou-o: 'Deus destinou a Terra e tudo o que ela contém ao uso de
todos os homens e de todos os povos, de modo que os bens da criação devem
equitativamente afluir às mãos de todos, segundo a regra da justiça,
inseparável da caridade'. Todos os outros direitos, quaisquer que sejam,
incluindo os de propriedade e de comércio livre, estão-lhe subordinados: não
devem portanto impedir, mas, pelo contrário, facilitar a sua realização; e é um
dever social grave e urgente reconduzi-los à sua finalidade primacial."
Observe a máxima totalitária:
"Todos os outros direitos, quaisquer que sejam... estão-lhe
subordinados." Como esses direitos incluem a liberdade de expressão, a
liberdade religiosa, a liberdade de se reunir, etc., o Vaticano claramente vê
um futuro, sobre seu próprio controle, em que todos os homens, em toda a parte
serão compelidos a fazer o que forem instruídos a fazer, para o bem comum. O
próprio Vaticano decidirá o que deve ser contado como "o bem comum" e
prescreverá penas adequadas para aqueles que deixarem de obedecer.
Diversas outras encíclicas do
século passado condenaram aquilo que o Vaticano descreve como
"individualismo", "livre concorrência" e "propriedade
privada". Por exemplo, em Sollicitudo Rei Socialis (1987), o papa João
Paulo II declarou que a propriedade privada, na verdade, está sob uma
"hipoteca social", o que significa que ela tem uma função
intrinsecamente social, baseada e justificada principalmente pelo princípio do
destino universal dos bens.
No que se refere ao Vaticano, a
propriedade privada tem uma justificativa moral somente quando existe dentro de
uma estrutura que garanta "o destino universal dos produtos". Por
"destino", entenda "distribuição", pois é assim que a
"hipoteca social" deve funcionar na prática. Em resumo, se a
autoridade central decidir que certos produtos são necessários por outro grupo,
eles serão redistribuídos de acordo com o bem maior. O fato de esses produtos
pertencerem a outra pessoa é irrelevante. A "função social" deles
exige isto. Assim, o Vaticano rejeita o princípio da propriedade privada.
Isto é indistinguível do Marxismo
(ou Comunismo), e, como o Marxismo baseia-se na crença que, para funcionar
eficazmente, ele precisa ser implementado em escala global. Isto também requer
um sistema rigidamente centralizado de administração da economia:
"Cabe aos poderes públicos
escolher, e mesmo impor, os objectivos a prosseguir, os fins a alcançar e os
meios para os atingir; e também lhes compete estimular todas as forças
agrupadas nesta ação comum." — papa Paulo VI, Populorum Progressio, 1967.
Qualquer pessoa racional deve
considerar essa perspectiva muito perturbadora. Além disso, devemos estar
preocupados que mais de um bilhão da católicos romanos estejam, em grande
parte, alheios ao que seus líderes estão planejando. Lembre-se que se o
Vaticano tiver as coisas da forma como quer, seu sistema rígido de controle
social não se aplicará somente aos fiéis católicos, mas a todos no mundo
inteiro, tanto "fiéis quanto infiéis".
Um Império Mundial Papal
Como já observamos, o papado há
muito tempo reivindica ser o governante legítimo deste mundo. Já em 1250, o
papa Inocêncio IV escreveu que o papa, sendo o vigário de Cristo, tem o poder
não somente sobre os cristãos, mas também sobre os infiéis, pois Cristo tem
poder sobre todos... todos os homens, fiéis e infiéis, são ovelhas de Cristo
por criação... o papa tem jurisdição e poder sobre todos de jure, embora não de
facto. — de The Crisis of Church and State, 1050-1300, de Brian Tierney, 1964.
Trabalhando furtivamente por trás
dos bastidores, o Vaticano está agora planejando transformar esta suposta
jurisdição e poder sobre todos os homens, a partir de um direito puramente
legal, para uma realidade global. Para que o leitor não seja tentado a rejeitar
isto como um ideal antiquado, aqui está como isto foi declarado na revisão de
1983 do oficial Lei Canônica da igreja Católica:
"À Igreja pertence o
direito, sempre e em toda a parte, de anunciar princípios morais, incluindo
aqueles que se referem à ordem social, e fazer julgamentos sobre quaisquer
assuntos humanos na medida em que eles são requeridos pelos direitos
fundamentais da pessoa humana ou para a salvação das almas." [tradução
nossa].
Não há dúvida que muitos
católicos romanos, que estão cientes das ambições globais do Vaticano, as
consideram aceitáveis e, talvez, até admiráveis. Em suas mentes, o controle
final do mundo pela Igreja Católica Romana beneficiaria a todos. Ao adotarem
essa atitude sincera, porém ingênua, eles negligenciam o longo legado de crueldades,
torturas e homicídios praticados pela igreja, sua cruel perseguição a todos
seus "inimigos" (isto é, qualquer um que discorde dela) e o estado
policial sadista que ela manteve durante séculos em grandes partes da Europa
sob o estandarte da Inquisição.
De algum modo, eles imaginam que
a igreja "mudou" e entrou em um estado de esclarecimento benigno,
totalmente compromissada com a pregação, em promover a paz e realizar obras de
caridade. Eles não parecem reconhecer o importante papel que ela exerceu nos
eventos mundiais nos últimos cem anos, normalmente por trás dos bastidores,
instalando e dirigindo regimes opressores e líderes corruptos em todos os
continentes. À medida que percebem a tendência subjacente, eles a imaginam como
uma fase temporária, uma consequência não intencional das elevadas aspirações
da igreja no longo prazo para todos os povos. Se a igreja governasse sem
restrições, eles imaginam, ela estabeleceria os padrões mais elevados, um
modelo que o restante do mundo poderia admirar e emular.
Bem, vejamos um exemplo recente
de um país que foi governado durante certo tempo pela Igreja Católica Romana,
sem virtualmente interferência externa alguma, e totalmente blindado do olhar
da opinião pública — a Croácia, no período de 1941-1944.
A Matança Católica Romana na
Croácia
O Estado independente da Croácia
passou a existir em 10 de abril de 1941, após a invasão da Iugoslávia pelas
potências do Eixo. Ele era formado não apenas pelo território original da
Croácia, mas também os territórios anexados da Bósnia, Herzegovina e Eslovênia,
bem como partes da Sérvia. O novel Estado foi controlado, sob supervisão
nazista, pelo Movimento Ustashe, liderado pelo notório Ante Pavelic.
Pavelic foi recebido pelo papa
Pio XII em uma audiência privada em Roma, em 18 de maio de 1941. Muitos
historiadores consideram esse ato como o reconhecimento de fato, pela Santa Sé,
do novo Estado croata. Como supremo ditador da Croácia, Pavelic teve o apoio
incondicional de seus concidadãos. Virtualmente sem demora, ele colocou em
operação um programa de limpeza étnica, expulsão e conversão forçada para o
Catolicismo de todos os sérvios que viviam no território sob seu controle. O
objetivo dele era a criação de um Estado croata inteiramente católico romano.
No início de seu programa, o
território como um todo incluía 3,3 milhões de croatas católicos romanos, 2,2
milhões de sérvios ortodoxos, uma pequena população de muçulmanos e cerca de 45
mil judeus. Por volta de 1944, todos os judeus tinham sido mortos pela
organização Ustashe, ou deportados para os campos de concentração nazistas,
enquanto que um grande número de sérvios — homens, mulheres e crianças — foram
sistematicamente assassinados. O número total é disputado, pois não existem
evidências documentadas confiáveis, porém as estimativas mais rigorosas colocam
o número entre 600.000 e 900.000. Um total de 750.000 é frequentemente citado.
Em 1941, Fitzroy Maclean, que
fazia a ligação militar britânica com os guerrilheiros anti-Ustashe, escreveu:
"Grupos da Ustashe percorriam
as zonas rurais com facas, porretes e metralhadoras, matando homens, mulheres e
crianças sérvios, profanando as igrejas sérvias, assassinando os sacerdotes
sérvios, devastando as aldeias sérvias, torturando, estuprando, queimando e
afogando. Matar tornou-se uma obsessão."
Os detalhes daquilo que um
comentarista chamou de "orgias de tortura" eram frequentemente tão
grotescos, tão repulsivos que são inadequados para inclusão em um ensaio deste
tipo.
Quando o papa recebeu Pavelic em
maio de 1941, o Vaticano já sabia que ele era um criminoso e psicopata. Ele
tinha sido condenado por um tribunal francês pelo assassinato do rei iugoslavo
Alexandre e do ministro francês das Relações Exteriores, Barthou, em 1934, e
sentenciado à morte. Entretanto, depois que ele escapou das autoridades
francesas, Mussolini lhe deu asilo na Itália, em grande parte por deferência ao
Vaticano. Em seguida, usando o financiamento recebido, tanto do Vaticano quanto
de Mussolini, ele construiu a pavorosa organização Ustashe.
Os próprios nazistas, que
gostavam de despachar de forma eficiente suas vítimas, ficaram desconcertados
pelo sadismo dos membros da Ustashe, que rotineiramente torturavam e mutilavam
suas vítimas aterrorizadas, algumas vezes durante horas, antes de finalmente degolá-las.
Apesar da onda de carnificina genocida lançada por Pavelic, o papa se recusou a
cortar os laços diplomáticos com o regime Ustashe, e até se reuniu novamente
com Pavelic em 1943.
Os bispos católicos da Croácia,
chefiados pelo arcebispo Aloysius Stepinac, se reuniram em um sínodo em
novembro de 1941, mas se recusaram a condenar o programa de conversão forçada
de todos os sérvios ortodoxos, que estava em operação desde meados daquele ano.
Eles também não rejeitaram o assassinato sistemático de todos os sérvios que
recusavam a conversão. Mas, com o silêncio oficial, eles deram sua aprovação
tácita às atrocidades que estavam ocorrendo e ao programa vigente de genocídio,
que veio a resultar na morte de cerca de 750.000 pessoas. A maior parte do
clero católico da Croácia apoiou fanaticamente Pavelic e seu regime sadista
inacreditável. Virtualmente todos os bispos e cléricos sêniores deram seu
endosso oral à política de Estado de conversão forçada, enquanto muitos
sacerdotes e monges na realidade tiveram um papel ativo e, algumas vezes, até
de liderança, na matança. Pavelic chegou a conferir melhalhas aos sacerdotes e
monges que agiram assim.
Cerca de doze campos de
concentração foram criados pela organização Ustashe para facilitar sua campanha
de genocídio. De longe, o maior deles foi Jasenovac, que, por um período de
cerca de dois anos, foi administrado por um monge franciscano psicopata chamado
Miroslave Filipovic. Não há dúvidas que Jasenovac está no mesmo nível que
Dachau, Auschwitz e Treblinka, como um dos mais chocantes monumentos na
história para a depravação e sadismo humanos. Entretanto, a maioria das pessoas
hoje nunca ouviu falar de Jasenovac, principalmente por que a pressão do Vaticano
para suprimir o conhecimento de sua existência tem sido muito bem-sucedida.
A Igreja Católica simplesmente
não quer que o mundo saiba o que ela fez na Croácia durante o período de
1941-1944. Por exemplo, quando um respeitável historiador irlandês chamado
Hubert Butler tentou, durante os anos 1960s, chamar a atenção para o papel
proeminente exercido pelo clero católico e pelo Vaticano no genocídio croata,
ele foi publicamente vilificado pela hierarquia católica irlandesa e acusado de
ser um mentiroso.
O Vaticano Estava Bem Ciente dos
Acontecimentos na Croácia
O Vaticano promoveu ativamente o
nacionalismo croata, deu reconhecimento a uma Croácia independente, endossou
Pavelic e seu regime e aprovou a interpretação croata da história dos Bálcãs.
Uma autoridade sênior no Secretariado de Estado do Vaticano, Giovanni Montini,
acompanhava os acontecimentos na Croácia e os reportava diariamente ao papa. É
uma marca da importância atribuída a essa atividade que o papa a tenha
atribuído à estrela nascente Montini — que mais tarde tornou-se o papa Paulo
VI. Com tantos clérigos católicos na Croácia, não há dúvida que Montini sabia
exatamente o que está acontecendo ali. De acordo com o historiador inglês John
Cornwell, Pio XII estava melhor informado da situação na Croácia do que sobre
qualquer outra área na Europa (exceto a Itália). Seu legado apostólico, Ramiro
Marcone, ida de Zagreb a Roma sempre que desejasse. Além disso, os bispos
croatas, alguns dos quais ocupavam assento no Parlamento Croata, se comunicavam
livremente com o Vaticano e continuaram a fazer visitas regulares ao papa em
Roma.
Depois da guerra, o papa ofereceu
refúgio a Pavelic em Roma e até permitiu que ele escapasse para a América do
Sul. Ele também elevou Stepinac ao posto de cardeal em 1952, embora ele tivesse
sido condenado em um tribunal de justiça por cumplicidade em crimes de guerra
sérios. Inacreditavelmente, Stepinac foi beatificado por outro papa — João
Paulo II, em 1993. Assim, um homem que excerceu um papel na tortura e matança
de centenas de milhares de homens, mulheres e crianças é considerado
"santificado" pelo Vaticano.
Em sua análise da ação realizada
pelo papa Pio XII durante este período, Cornwell resumiu o horror como segue:
"Um ato de 'limpeza étnica'
antes que esse termo repugnante entrasse em voga, aquilo foi uma tentativa de
criar uma Croácia católica 'pura' por meio da conversão forçada, deportações e
extermínio. Tão pavorosos eram os atos de tortura e assassinato que até os
soldados embrutecidos das tropas alemãs registraram seu horror. Até por
comparação com o recente derramamento de sangue na Iugoslávia [durante os anos
1990s]... a carnificina empreendida por Pavelic contra os sérvios ortodoxos
permanece como um dos mais chocantes massacres de civis conhecidos na história."
A situação na Croácia durante o
período de 1941 a 1944 era a de uma parceria aberta entre igreja e estado, o
tipo de relacionamento mais apreciado pela Igreja Católica em sua longa e
sanguinária história. Avro Manhattan, um ex-apresentador da BBC, que era também
um especialista na política do Vaticano, captou perfeitamente a amedrontadora
realidade que estava por trás disso quando escreveu:
"A singularidade do Estado
Católico Independente da Croácia está precisamente nisto: que ele forneceu um
modelo, em miniatura, do que a Igreja Católica Romana, tivesse ela o pover,
gostaria de ver no Ocidente e, de fato em toda a parte." [The Vatican’s
Holocaust (O Holocausto do Vaticano), 1986]
O Desdém Continuado de Roma pelo
Verdadeiro Cristianismo
Se você acha difícil compreender
como o clero católico romano na Croácia pôde participar de um programa de
sadismo genocida, ou como o desprezo pelos sérvios ortodoxos pôde ser tão
intenso que eles não sentiam repugnância moral ao perpetrarem atos da máxima
barbaridade, então considere o documento mostrado no Apêndice. Ele detalha a
confissão que os jesuítas exigiam de todos os húngaros que se convertiam do
protestantismo no início do século 19. O mesmo espírito tenebroso que inspirou
aquele documento desprezível estava por trás do sadismo visto na Croácia, e
está vivo no coração da Igreja Católica.
O Modelo Mais Recente do Vaticano
para o Controle Global
Examinaremos agora o mais recente
documento de política estratégica lançado por um centro de estudos do Vaticano,
em que as ambições globais da Igreja Católica Romana são bem evidentes. Ao
examinarmos esse documento, tenha em mente que sua linguagem burocrática e
pouco eloquente, esconde uma agenda fascista completa. Não vamos encontrar o
tipo de linguagem rancorosa e inflamada de Minha Luta, de Adolf Hitler, mas, ao
contrário, o jargão calmo e comedido de um documento acadêmico, misturado aqui
e ali com platitudes altruísticas.
Inicialmente, o documento
apresenta sua filosofia ampla usando termos bastante inócuos, por exemplo:
"... moldar uma nova visão
para o futuro..."
"... uma eficiente alocação
dos recursos disponíveis..."
"... abraçando a lógica do
bem comum global..."
"... um novo humanismo
aberto à transcendência..."
Apesar de suas naturezas
nebulosas, essas frases estão carregadas de significado. Por exemplo, a Bíblia
já apresenta uma visão para o futuro, então por que o Vaticano está defendendo
uma nova? A alocação eficiente dos recursos disponíveis, que o documento também
destaca, é uma preocupação fundamental do Marxismo. Observe, em particular, a
frase "um novo humanismo". Este é um termo notável para um documento
chamado de cristão utilizar, pois o Humanismo é uma filosofia patentemente
anticristã. Os três Manifestos Humanistas, de 1933, 1973 e 2003 são
virulentamente ateístas tanto em entonação quanto em conteúdo e são radicamente
contrários à aplicação dos valores bíblicos em qualquer aspecto da vida.
Um Governo Mundial
Nosso próximo excerto confirma
que há muito tempo o Vaticano busca a criação de uma autoridade política
mundial, ou um governo mundial:
"Na profética Carta
encíclica Pacem in terris, de 1963, ele [o papa João 23] previa que o mundo se
ia encaminhando rumo a uma unificação cada vez maior. Portanto, reconhecia o
facto de que, na comunidade humana, faltava uma correspondência entre a
organização política, 'no plano mundial, e as exigências objectivas do bem
comum universal'. Por conseguinte, desejava que um dia se pudesse criar 'uma
Autoridade pública mundial'."
Isto prevê e dá as boas-vindas a
uma maior unificação mundial, em que os Estados independentes cederão sua
soberania a uma autoridade central. O Marxismo tem exatamente o mesmo objetivo.
Depois que isto for implementado, toda a autonomia local, regional e nacional
desaparecerá e os sete bilhões de habitantes deste planeta ficarão sob o
controle completo de uma autoridade central com plenos poderes.
Essa autoridade não será mais
"democrática" do que a União Europeia ou a Organização das Nações
Unidas (ONU), ambas as quais são controladas, sem que ninguém veja, pela elite
ultra-rica que governa este mundo, embora com muitas rivalidades mútuas e
dissensões internas. Essas instituições continuarão a ter um verniz de
democracia, pois as condições globais prevalecentes requerem que esse tipo de
fachada seja mantida por enquanto, mas uma "verdadeira autoridade política
mundial" poderia dispensar qualquer aparência de democracia. A Igreja
Católica Romana nunca foi democrática de qualquer maneira ou forma, de modo que
o aparecimento de uma autoridade global antidemocrática e com plenos poderes
seria totalmente consistente com sua filosofia política.
O documento faz então o seguinte
comentário:
"A Autoridade mundial
deveria, por conseguinte, abranger coerentemente todos os povos, numa
colaboração na qual eles são chamados a contribuir com o património das suas
virtudes e civilizações."
A proposta "colaboração de
todos os povos" durante a criação desse governo mundial utópico tem o
objetivo de transmitir a impressão que ele aparecerá somente por meio da
operação dos princípios democráticos e do consentimento esclarecido. Que isto
não ocorrerá na prática é deixado bem claro pelas etapas subsequentes na
estratégia do Vaticano. Por exemplo, o documento depois diz que:
"A constituição de uma
Autoridade política mundial não pode ser alcançada sem a prévia prática do
multilateralismo, não só a nível diplomático, mas também e sobretudo no âmbito
dos planos para o desenvolvimento sustentável e para a paz. Não se pode chegar
a um Governo mundial a não ser dando expressão política a preexistentes
interdependências e cooperações."
Somente patrocinando uma
interdependência cada vez maior entre as instituições nacionais e
internacionais, bem como a promoção de complexos programas pan-nacionais que
contornem os controles locais, poderá a nova entidade proposta, que envolverá o
mundo todo, ser trazida à existência. Em outras palavras, ela será imposta de
forma incremental e gradual, por meio da expansão das instituições e dos
programas internacionais existentes. Como nem uma dessas instituições foi
desenvolvida de forma democrática, mas elas foram criadas e moldadas por
determinação de poderosos interesses investidos, o emergente sistema do governo
mundial será criado e implementado de modo muito similar. Quaisquer que sejam
as consultas públicas realizadas, elas serão puramente cosméticas. Portanto, se
os sete bilhões de habitantes deste mundo retêm ou não seu consentimento ou
expressam objeções, isto será totalmente irrelevante. Eles gradualmente
perderão qualquer autonomia e independência que usufruem hoje e serão obrigados
a se submeterm a uma autoridade global com plenos poderes.
Dado o modo como os regimes
ditatoriais operaram no passado, o caminho para o governo mundial provavelmente
será muito reduzido pela criação deliberada de crises globais e internacionais,
como o colapso do sistema financeiro internacional e uma grande guerra no
Oriente Médio, de modo a suavizar a resistência popular e convencer as massas
que o "antigo" sistema não é mais funcional.
Como parte deste processo, o
documento do Vaticano contempla um "compromisso para criar alguma forma de
gestão monetária global". Este mesmo objetivo também está sendo buscado
pela elite ultra-rica, que controla o sistema bancário internacional. Trazendo
o sistema existente para a beira da destruição e erradicando a riqueza da
classe média, tanto na Europa quanto nos EUA, eles planejam obter amplo apoio
popular para um sistema "melhor". Esse sistema melhor, uma moeda internacional
controlada por um banco central mundial, corresponde àquilo que o Vaticano
chama de "alguma forma de gestão monetária global". Aquilo que a
elite global chama de um banco central mundial, o documento do Vaticano chama
de "uma Autoridade pública com jurisdição universal". Ele também
prevê a supressão das moedas nacionais independentes e sua substituição por uma
moeda global:
"Deveria ser dedicada uma
atenção específica à reforma do sistema monetário internacional e, em
particular, ao compromisso por dar vida a algumas formas de controle monetário
global, aliás já implícita nos Estatutos do Fundo Monetário Internacional. É
evidente que, de certa forma, isto equivale a pôr em questão os sistemas de
câmbio existentes, para encontrar modos eficazes de coordenação e supervisão.
Trata-se de um processo que deve incluir também os países emergentes e em vias
de desenvolvimento ao definir as etapas de uma adaptação gradual dos
instrumentos existentes."
A Planejada Dissolução dos
Estados-Nações
Em seguida, na causa da
"irmandade universal" e "bem comum universal" — termos que
aparecem de forma proeminente na agenda social buscada pelos humanistas,
marxistas e maçons — o documento do Vaticano passa a atacar o estado-nação:
"Os Estados modernos, com o
tempo, tornaram-se conjuntos estruturados, concentrando a soberania no âmbito
do próprio território. Mas as condições sociais, culturais e políticas mudaram
progressivamente. Cresceu a sua interdependência — de tal modo que se tornou
natural pensar numa comunidade internacional integrada e regida cada vez mais
por um ordenamento partilhado — mas não desapareceu uma forma inferior de
nacionalismo, segundo a qual o Estado considera poder obter de modo autárquico
o bem dos seus cidadãos."
O nacionalismo não desapareceu e
a continuidade de sua existência no nosso mundo moderno parece "ser irreal
e anacrônica". (Veja o texto completo aqui.)
Em outras palavras, a não ser que
nos desfaçamos dos estados-nações e criemos uma entidade política global
unificada, governada por uma autoridade suprema, a única alternativa é a guerra
perpétua, "uma perene luta entre eles".
Este tipo de raciocínio é um
total absurdo e contradiz os fatos da história. Por exemplo, considere as
incontáveis guerras que ocorreram entre países predominantemente católicos! Ou,
considere a terrível carnificina provocada pela Igreja de Roma durante a Guerra
dos Trinta Anos de modo a manter a Alemanha sob seu controle. Quando se trata
de fazer as coisas do seu modo, a Igreja Católica Romana nunca hesitou em
recorrer à guerra, ao terror, à tortura, ou aos assassinatos em uma escala
terrível. Além disso, a existência de grandes entidades soberanas nunca foi uma
garantia de paz dentro das fronteiras. Veja, por exemplo, os incontáveis
milhões de chineses executados durante o regime de Mao Tsé-Tung, ou os milhões
de cidadãos soviéticos que foram condenados a morrer de fome, ou que foram executados
durante o governo de Stalin.
O documento também argumenta que
"os tempos para conceber instituições com competência universal chegam
quando estão em jogo bens vitais e partilhados por toda a família humana, que
os Estados individualmente não são capazes de promover e proteger
sozinhos." O controle geral e poderes correspondentes devem ser entregues
a instituições com "competência universal". Novamente, este é um
raciocínio fraudulento e tortuoso. Não existem "bens vitais" necessários
para a "família humana" que os estados-nações individuais não possam
fornecer para seus cidadãos, seja por meio das empresas nacionais ou do
comércio internacional.
Os autores rejeitam o sistema
existente de estados soberanos como "westfaliano", uma óbvia
referência à Paz de Vesftália, de 1648, com a qual a Igreja Católica teve de se
resignar à existência de diversos estados europeus soberanos fora de seu
controle. Ela agora quer "aproveitar a oportunidade de uma integração das
respectivas soberanias para o bem comum dos povos" para derrubar os
princípios fundamentados pela Paz de Vestfália e colocar todas as nações sob o
controle de uma entidade política global.
Se um regime internacional deste
tipo algum dia vier a existir, ele será indistinguível dos regimes fascistas do
passado. Não há dúvida que a Igreja Católica Romana, com sua tremenda riqueza e
o peso dos números, quererá ser membro da liderança, se não a líder máxima, da
cabala da elite que exercerá o controle final. Sob essas circunstâncias,
aqueles que não forem católicos podem esperar receber em algum estágio a opção
"croata": converta-se, ou morra.
Angústia e Sofrimento
O documento passa então a
endossar uma proposição muito perturbadora, isto é, que as mudanças previstas —
a criação de um governo mundial a partir daquilo que restou dos estados-nações:
"Num mundo em vias de rápida
globalização, a referência a uma Autoridade mundial torna-se o único horizonte
compatível com as novas realidades do nosso tempo e com as necessidades da
espécie humana. Mas não se deve esquecer, contudo, que esta passagem,
considerando a natureza ferida dos homens, não se realiza sem angústias e sem
sofrimentos."
Incrivelmente, os autores
reconhecem que, até com grande coerção e intimidação, estresse econômico
imposto e intriga internacional, o resultado que eles buscam precisará
necessariamente ser precedido por um período de violências e lutas
generalizadas!
Depois de fazerem esta revelação
alarmante, eles nada mais dizem sobre o assunto. É óbvio, a partir da magnitude
do que eles estão propondo, que a "angústia e sofrimento", que eles
acreditam que será inevitável, precisará envolver mortes em uma grande escala.
É muito revelador sobre a mentalidade dos autores que uma implicação de tão
grande seriedade seja tratada de forma superficial em um documento importante
de estratégia, como se fosse um mero detalhe.
Uma Distorção Grosseira das
Escrituras
Talvez a parte mais perturbadora
do documento do Vaticano seja a distorção da própria Bíblia, em particular os
versos 1-9 de Gênesis 11. Eis aqui o que ele diz:
"A Bíblia, com a narração da
Torre de Babel (Génesis 11:1-9) adverte sobre como a 'diversidade' dos povos se
possa transformar em veículo de egoísmo e instrumento de divisão. Na humanidade
está muito presente o risco de que os povos acabem por já não se compreenderem
e de que as diversidades culturais sejam motivo de contraposições insuperáveis.
A imagem da Torre de Babel adverte-nos também que é preciso evitar uma
'unidade' só aparente, na qual não cessam egoísmos e divisões, porque os
fundamentos da sociedade não são estáveis. Nos dois casos, Babel é a imagem do
que os povos e os indivíduos podem tornar-se, quando não reconhecem a sua
intrínseca dignidade transcendente e a sua fraternidade."
"O espírito de Babel é a
antítese do Espírito de Pentecostes (Atos 2:1-12), do desígnio de Deus para
toda a humanidade, isto é, a unidade na diversidade. Só um espírito de
concórdia, que supere divisões e conflitos, permitirá que a humanidade seja
autenticamente uma única família, chegando a conceber um novo mundo com a
constituição de uma Autoridade pública mundial, ao serviço do bem comum."
Qualquer um que conheça a Bíblia
a partir de uma perpectiva verdadeiramente escriturística sabe que o relato do
Gênesis sobre a Torre de Babel é muito diferente da interpretação distorciada
dada aqui pelos autores do documento do Vaticano. Sim, Deus condenou a
tentativa de Ninrode e de seus asseclas de criarem um governo mundial
centralizado. Mas, Ele fez isso não por que eles deixaram de agir da forma
correta. Ao contrário. Ele condenou a iniciativa por que ela era um governo
mundial, um sistema centralizado de controle ao qual todas as pessoas daquele
tempo tinham de se submeter. Por meio do relato no Gênesis, Deus está nos
dizendo que o governo mundial é maligno e que não será tolerado.
É difícil acreditar que, quando
os autores do documento do Vaticano finalmente tentam apresentar algum tipo de
suporte bíblico à sua posição, que eles façam uma confusão absurda. Qualquer
estudioso da Bíblia sabe que o relato da Torre de Babel no Gênesis é uma
expressão da total reprovação de Deus à tentativa de Ninrode de criar um sistema
de governança global!
Incrivelmente, os autores do
Vaticano exibem uma ignorância ainda maior da Bíblia, a Palavra de Deus, quando
tentam implicar que a tentativa original fracassou por que os participantes não
compreenderam uns aos outros e que as resultantes "diversidades
culturais" levaram a conflitos internos. Isto é uma total bobagem! O
Senhor amaldiçou a humanidade com uma multiplicidade de línguas de modo a
estorvar qualquer tentativa por parte de um grupo da elite do poder de criar um
governo mundial.
O livro do Gênesis deixa bem
claro que Deus ODEIA o governo mundial. Não há dúvidas que aquilo que o
Vaticano propõe é maligno, que o programa de governo mundial que ele está
planejando é satânico em natureza e que levará à série de eventos catastróficos
descritos no livro do Apocalipse.
Apêndice
Formulário para Renúncia ao
Protestantismo
Hungria, 1823.
Início da confissão:
Acreditamos e confessamos que
fomos trazidos de uma fé e de caminhos heréticos para a verdadeira e salvadora
fé dos católicos romanos, pelo cuidado singular do nosso elevado magistério
espiritual e temporal, única e totalmente devido à diligência ativa e ajuda dos
padres jesuítas, e que nós, do nosso livre arbítrio e sem coação, adotamos a
mesma, e desejamos com nossas bocas tornar isto publicamente conhecido de todo
o mundo.
Confessamos que o papa de Roma é
o chefe da Igreja e é infalível.
Confessamos e acreditamos, que o
papa de Roma é o vice-regente de Cristo e tem plenos poderes, segundo sua
vontade, de perdoar e de reter os pecados dos homens, de lançar no inferno e de
excomungar.
Confessamos que tudo que o papa
definiu recentemente, seja das Escrituras ou não, bem como qualquer coisa que
ele tenha prescrito, é verdadeiro, piedoso e salvador e que todo homem deve
considerar isto em veneração mais alta do que a lei do Deus vivo.
Confessamos que o santíssimo papa
deve ser honrado com todas as honras e, de fato, com a mais profunda
reverência, como a que pertence ao próprio Cristo, o Senhor.
Confessamos e afirmamos que o
papa deve ser obedecido por todos, em todos os lugares, como o mais santo
Padre; desse modo, todo herético que vive em oposição às instituições do papa,
deve ser, sem qualquer exceção e sem qualquer misericórdia, lançado não somente
longe da vista de todos pelo fogo, mas corpo e alma no inferno.
Confessamos que a leitura da
Sagrada Escritura é a origem de todas as facções e seitas, e também uma fonte
de blasfêmias.
Confessamos que invocar os santos
falecidos, venerar suas imagens sagradas, ajoelhar-se diante delas, realizar
procissões para elas, adorná-las, acender vela diantes delas, são atos
piedosos, sagrados, úteis e benéficos.
Confessamos que cada sacerdote é
muito maior do que Maria, a própria Mãe de Deus, pois ela trouxe Cristo o
Senhor ao mundo somente uma vez, e não o traz mais; porém um sacerdote romano
não somente oferece e cria Cristo o Senhor, quando quiser, mas também sempre,
mesmo após tê-lo criado, ele o engole inteiro, quando desejar.
Confessamos que rezar missas para
os mortos, distribuir e solicitar esmolas e donativos é útil e benéfico.
Confessamos que o papa de Roma
tem o poder de alterar as Escrituras e, segundo sua vontade, pode fazer
acréscimos e remoções delas.
Confessamos que as almas após a
morte são purificadas pelo fogo do Purgatório — e que o oferecimento de missas
pelos sacerdotes é a única esperança delas para libertação.
Confessamos que o uso da
Eucaristia com um só elemento é bom e seguro, mas com ambos os elementos é
herético e traz condenação.
Confessamos e acreditamos, que
qualquer um que receber a Eucaristia com um só elemento recebe o Cristo todo,
tanto corpo e sangue, com sua Divindade e ossos — mas qualquer um que o receba
com ambos os elementos, come apenas pão.
Acreditamos que existem sete
verdadeiros e genuínos sacramentos.
Confessamos que Deus tem prazer
nas imagens e é conhecido pelos homens por meio da intervenção delas.
Confessamos que a Santa Virgem
Maria, deve ser considerada, tanto pelos anjos quanto pelos homens, como maior
do que Cristo, o próprio Filho de Deus.
Confessamos que a Santa Virgem
Maria é a Rainha dos Céus, e reina junto com o Filho — e que, segundo a vontade
dela, o Filho precisa fazer todas as coisas.
Confessamos que os ossos dos
santos possuem grande virtude e, por causa disso, devem ser reverenciados pelos
homens e capelas devem ser construídas para eles.
Confessamos que a fé católica
romana é infalível, divina, salvadora, antiga e verdadeira, mas que a fé
protestante (que nós renunciamos de todo o coração) é falsa, errônea, blasfema,
execrável, herética, perniciosa, sediciosa, ímpia; enquanto que, por outro
lado, a religião romana é completa e perfeita em todas as interpretações, sob
uma única forma, boa e íntegra. Portanto, execramos todas as outras religiões
que os litigiosos e ímpios hereges professam de duas formas [luteranos e
calvinistas — editor]. Execramos nossos pais, que nos criaram nessa fé
herética, execramos também qualquer um que fez a fé católica romana parecer
duvidosa ou suspeita para nós. Da mesma forma, também a Comunhão que ofereceu
para nós o cálice execrável. Sim, execramos a nós mesmo e declaramos nós mesmos
execráveis, por termos sido participantes daquele cálice herético execrável, do
qual não deveríamos ter experimentado.
Confessamos que a Sagrada
Escritura é uma carta imperfeita e morta enquanto não for interpretada pelo
papa de Roma e que sua leitura seja permitida a todo leigo.
Confessamos que uma missa rezada
por um sacerdote romano é muito mais benéfica para a alma do que uma centena de
sermões dos protestantes. Portanto, execramos todos os livros deles em que
essas doutrinas heréticas e blasfemas estão contidas. Execramos todas as boas
obras realizadas por nós enquanto vivíamos naquela fé herética, pois elas não
nos darão benefício algum diante de Deus no juízo final.
Tudo isto fazemos de mente
sincera e sadia, declarando por uma retratação pública dessa fé herética, na
presença de ________, que a Igreja de Roma nos artigos acima mencionados, e em
todos os outros, é verdadeira. Além disso, também juramos que, enquanto
tivermos sangue em nossas veias, perseguiremos a execrável fé protestante,
privadamente e em público, por meio de violência, por meio da fraude, por
palavras e por obras, e até pela espada. Finalmente, juramos diante de Deus e
dos anjos que nunca, nem por medo ou em troca de favores, renunciaremos a esta
nossa mudança, e que nunca mais deixaremos a salvadora e santa Igreja Católica
Romana para seguir as doutrinas heréticas e execráveis dos protestantes.
Fim da Confissão.
Fonte: The Christian Examiner and Church of
Ireland Magazine, No. XXXVI, junho de 1828, Volume VI, a partir da seção
intitulada 'Foreign Religious Intelligence', págs. 454-456.
Traduzido do alemão para o
inglês. Disponível on-line como um livro digitalizado do Google. Link para a
fonte (role até a página 454):
Autor: Jeremy James, artigo em
http://www.zephaniah.eu.
Data da publicação: 25/7/2015
Transferido para a área pública
em 22/6/2017
A Espada do Espírito:
http://www.espada.eti.br/passo.asp
Nenhum comentário:
Postar um comentário