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Evangélicos e católicos experimentam aproximação sem precedentes
por Jarbas Aragão
Não é novidade a simpatia que o
papa Francisco nutre pelos evangélicos desde que era bispo na Argentina. Ele já
recebeu visitas em mais de uma ocasião de pastores no Vaticano.
Agora, esses laços parecem que se
estreitarão ainda mais. Segundo foi divulgado pela assessoria do pontífice,
Francisco quer ouvir o que os líderes evangélicos têm a dizer sobre família.
Por isso, convidou vários líderes, de segmentos diferentes, para a Conferência
Sobre Matrimônio e Vida Familiar, realizada entre 17 e 19 de novembro. O evento
é promovido pela Congregação para a Doutrina da Fé (ex-Inquisição), o
Pontifício Conselho para a Família, o Pontifício Conselho para o Diálogo
Inter-religioso, e o Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos
Cristãos.
Os palestrantes evangélicos mais
conhecidos são os pastores norte-americanos Rick Warren, da megaigreja
Saddleback e Russel Moore, presidente da Comissão de Ética e Liberdade
Religiosa da Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos. Também receberam convite
o teólogo inglês NT Wright, os líderes anglicanos Michael Nazir-Ali
(Inglaterra), Nicholas Okoh (Nigéria), a pastora pentecostal Jacqueline C. Rios
(EUA) e o líder anabatista Johann Christoph Arnold (Alemanha).
De acordo com o Christianity
Today o total de convidados de outras religiões chega a 32, incluindo líderes
mórmons, judeus, muçulmanos e sikhs. Wright, Moore e Warren falarão no segundo
dia do encontro.
Obviamente, os líderes
evangélicos foram criticados por anunciarem sua participação em um evento
promovido pelo papa. Para explicar por que está indo ao Vaticano, Moore
declarou: “Estou disposto a ir a qualquer lugar, quando convidado, para dar
testemunho do que nós, evangélicos, acreditamos sobre o casamento e o
evangelho, especialmente em tempos em que o casamento está culturalmente em
perigo”,
Em setembro, Rick Warren e cerca
de 50 outros líderes evangélicos assinaram uma carta aberta pedindo ao Papa
para lutar pelo casamento diante dos desafios como a pornografia, o divórcio e
a coabitação.
Uma tentativa de aproximação
entre evangélicos e católicos vem sendo defendida por Francisco desde que
assumiu o papado. Ele já se encontrou oficialmente com Geoff Tunnicliffe e
Brian Stiller da Aliança Evangélica Mundial, o pastor Joel Osteen, os
televangelistas Kenneth Copeland e James Robison.
“Somos irmãos”, disse Francisco
num vídeo enviado a um grupo de líderes pentecostais meses atrás. Também
exortou recentemente os cristãos do mundo “a sermos todos um”.
Contudo, essa aproximação não é
bem vista pelos evangélicos italianos. Em meados de 2014, Líderes da Aliança
Evangélica Italiano, da Federação das Igrejas Pentecostais e das Assembleias de
Deus na Itália já advertiram: “O que parecem ser semelhanças entre a fé
evangélica e espiritualidade do catolicismo romano não são motivos para
esperarmos uma verdadeira mudança”.
Poucas semanas depois, Francisco
fez uma visita sem precedentes a uma igreja pentecostal, onde pediu perdão pela
perseguição dos católicos italianos em relação aos evangélicos no país. Quase
imediatamente, o presidente da Aliança Evangélica Mundial, Geoff Tunnicliffe,
também achou que devia um pedido de perdão pelas ocasiões em que os evangélicos
submeteram os católicos a algum tipo de “perseguição ou discriminação”.
Essas declarações apenas ecoaram
o encontro de outubro de 2013, quando representantes da Federação Luterana
Mundial, ouviram de Francisco que “Católicos e luteranos podem pedir perdão
pelo mal que causaram uns aos outros e pelas culpas cometidas diante de Deus, e
invocar o dom da unidade”
Perto do aniversário de 500 anos
de Reforma Protestante (em 2017), que dividiu os dois grupos, parece que
evangélicos e católicos estão experimentando uma aproximação sem precedentes (Do
Gospel Primer)
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