irmão Riba Gonçalves
Campo de trigo em chamas e oliveira plantada na boa terra |
Um grande proprietário de terras entregou uma pequena gleba para um agregado plantar oliveiras para que posteriormente
tivesse exclusividade em sua produção. O campesino limpou a terra e semeou a semente
no campo o qual se transformava num frondoso pomar de oliveiras. Nesse período passou
por ali alguns homens e ficaram maravilhados com sua plantação, contudo,
alertaram aquele agregado que se ele plantasse um campo de trigo conseguirei
uma colheita mais rapidamente e dessa forma também estaria utilizando a terra para
os seus fins de realização como um trabalhador do campo.
O campesino avaliou os resultados
a curto prazo sobre as vantagens daquela proposta em plantar outro tipo de
lavoura para vender ao seu patrão, e resolveu seguir os conselhos daqueles
forasteiros. Em seguida, arou a terra e plantou do lado do pomar de olivas um campo de trigo. O novo cereal também floresceu e
todos que passavam naquele campo ficavam admirados com o cuidado que aquele
agregado tinha com sua nova lavoura, entrementes, do outro lado da plantação o
pomar de oliveiras o qual era o desejo do seu patrão também crescia e já brotava
muitos frutos.
Um certo dia, outros homens maus e
invejosos aproveitando a ausência do agregado que tinha ido a cidade comprar
mantimentos para sua subsistência, passaram por ali e atearam fogo em sua
seara, assim como no pomar de oliveiras. O agregado ao retornar a sua posse de
terra, sentiu um cheiro ocre de fumaça ainda distante trazido pela brisa do
vento de sua propriedade, Ao chegar no seu lugar, ficou pasmo com a cena
sombria de destruição, Não queria acreditar que a sua plantação realizada com
muito, trabalho, suor e muita dedicação estava em cinzas e exposta ao vitupério
dos que passavam por ali.
No lado oposto daquela destruição,
o pomar de oliveiras também sofreu avaliações consideráveis, suas folhas secaram
e caíram forrando o chão e posteriormente serviriam de adubo para aquele pomar,
todavia, o olival tinha raízes profundas naquela terra fértil e voltou a
florescer e brotou muitos frutos, uns bons e outros mirrados. O agregado
chorava dentro de si dia após dia ao ver a sua seara que era tão promissora
naquela situação.(era de fazer dor!). O seu trabalho lhe trazia satisfação em nível de realização como
um pequeno agricultor mas fora sucumbido pelo fogo e pela inveja do homem mau. Frustrado,
desorientado e desconsolado com aquela tragédia...misteriosamente como se
acontecesse um milagre, o agregado levantou a cabeça e resolveu cuidar do pomar
de oliveiras que ainda lhes restava, o qual veio a florescer e logo, logo se
aproximava o período da colheita. Em seguida ele pegou sua “foice” e o rastelo
e foi fazer a limpeza do pomar de oliveiras com a esperança que as coisas
melhorasse doravante.
Um certo dia, apareceu um ancião que
passava por ali em seu pomar e avaliou que o seu olival estava muito bonito e carregado,
contudo, observou que no meio havia muitos frutos podres e já caídos pelo chão,
bem como os galhos das oliveiras estavam cheio de frutos mirrados O agregado tentou
explicar que tinha acontecido uma sabotagem através de um incêndio realizado
por "homens malvados" em seu campo de trigo e pomar de oliveiras enquanto ele estava ausente em busca de
viveres na cidade. Aquele ancião lhes olhou compassivamente e disse-lhe...Vai desta
vez e sacode “todas ás arvores” para que os frutos podres e mirrados caiam e
fique apenas os frutos bons para se produzir um excelente azeite, pois breve o meu filho virar lhe comprar toda
sua produção e doar para os pobres e necessitados para que produzam seu próprio
azeite, e mantenham ás chamas de suas candeias acessas, pois quando vir os dias
de escuridão sem a luz na terra, suas casas possam ser identificadas pela luz e
o odor do azeite de oliva queimado como incenso, o qual eu e meu filho apreciamos
muito esta essência da terra.
O agregado entrou naquele pomar de
frutos ressequidos e podres com mais ânimo e jubiloso pelo seu patrão lhes ter oferecido
uma segunda chance de indicar o fruto verdadeiro de sua plantação “primera” e
começou a balançar o pomar de oliveiras que ainda lhes restava como
arrendatário, objetivando que nas árvores permanecessem apenas os bons frutos para
oferecer a sua produção ao filho do ancião arrendador, e com a esperança tão
somente que sua colheita doravante pudesse ser aceita como digna e bem avaliada
pelo fiel comprador que estar chegando com a sua carruagem para levar os bons
frutos para si. Assim, quiçá, o agregado também possa ser contado entre os bons
agricultores arrendatários da boa terra.
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