Ricardo Gondim
O diabo se tornou relevante.
Hoje, como na Idade Média, fala-se muito nele. Com sua súbita ascensão, o
Querubim Caído continua a pintar e bordar. Ele suga a fé, derruba figuras
proeminentes, infiltra-se em redes de televisão, envia praga, fura pneu de
carro, provoca terremoto, mata crianças e enferma idosos com doenças terríveis.
Alguns círculos responsabilizam o Coisa Ruim por controlar municípios,
respeitando, inclusive, fronteiras geográficas. Se na teoria, ele não passa de
um anjo, na prática, Lúcifer compete e ganha de Deus.
Devido ao novo momento de
popularidade do Grande Vilão, muitos identificam sua tristeza como resultado de
artimanhas infernais. Para alguns, quando duvidam: o Capiroto mandou a
incerteza. Como enorme tela, em Satanás se projetam todos os males do mundo. Os
círculos religiosos mais conservadores acreditam mesmo que a existência está
controlada, guiada, dominada, manipulada e organizada por Belzebu.
Dá para compreender a súbita
importância de um anjo caído. Como se levantaria dinheiro nas igrejas se ele
não fosse a estrela no show da fé? Como televangelistas inculcariam pavor nas
pessoas se não revelassem um tinhoso tão medonho? Como poderosas multinacionais
da fé subsidiariam projetos se o demo não ostentasse tamanha força? Religião
que usa o mal como eixo de sua espiritualidade carece de uma figura mitológica
arrasadora. Entretanto, igreja que não pode prescindir de ameaças se tornou uma
ameaça. Ética que só tem relevância rodopiando em Satanás não é ética, apenas
oportunismo.
Nem é preciso discutir a
existência metafísica de uma entidade maligna que compete com Deus; a badalação
já é suspeitosa. Nenhuma espiritualidade humana pode se deixar definir pela
maldade. Integridade nunca vem do pavor de que Deus faça vista grossa - ou use de sua vontade permissiva – para que demônios devorem pessoas
desobedientes.
Me perguntam se acredito em
Satanás. - Sim, respondo rapidamente. Eu o tenho como espantalho alegórico ou
metáfora angelical. Reconheço: o esforço de creditar-lhe todas as mazelas é
interessante, já que assim nos absolvemos de todos os crimes. Não nego a
maldade. Sei que existe perversidade por todos os lados. Todavia, nenhum ser
sobrenatural, transcendental ou fantasmagórico seria capaz de imitar a
iniquidade de homens e mulheres, quando se comportam como demônios.
Soli Deo Gloria
Ricardo Gondim é escritor e
teólogo, presidente da Convenção Betesda Brasil
UMA OUTRA VISÃO DO DIABO NO CÉU E TERRA...TEM MISERICORDIA DO TEU POVO YESHUA (Jesus)!!!
UMA OUTRA VISÃO DO DIABO NO CÉU E TERRA...TEM MISERICORDIA DO TEU POVO YESHUA (Jesus)!!!
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