Com
um pouco mais de 40 mil habitantes, Canaã dos Carajás ficou assustada!!!
"Eu
pensei que era explosão na mina do Sossego ( projeto de cobre explorado na
região pela Vale) pois moro perto e sempre sentimos quando detona os
explosivos. Mas, mas como esse, ainda não tinha presenciado". O relato é
da professora Maria Cleonice Rocha, de Canaã dos Carajás, no sudeste do Pará,
onde ontem, por volta das 11 horas, ocorreu um fato raro na região: um
terremoto, de magnitude 3,8 na escala Richter, segundo registrado pelo sismógrafo
da Universidade de São Paulo (USP).
Muitos
moradores perceberam que havia algo de anormal na cidade, mas como terremotos
são raríssimos no Pará, só tiveram ideia do que aconteceu quando houve
confirmação científica da USP. Apesar da preocupação generalizada logo que a
notícia foi divulgada, a escala Richter considera sismos abaixo de 5.5 como
incapazes de gerar grandes danos materiais.
O
blog Pebinha de Açúcar, único da região a registrar o sismo, relata depoimentos
como o da dona de casa Zenaide Alcântara, que ficou muito assustada no momento
do tremor: "foi muito rápido, mas eu senti o chacoalhão na hora do almoço.
Um copo caiu de cima da mesa e quebrou".
Na
mina do Sossego, operários da Vale também sentiram pequenos abalos e ficaram
amedrontados, apesar de estarem acostumados com as explosões das rochas na área
para extração do minério. Na hora do tremor, muita gente que percebeu o abalo
foi para as redes sociais perguntar o que estava acontecendo.
Walberson
Barros, que mora perto da mina do Sossego, disse que depois de sentir o abalo
sísmico ficou em observação para saber se haveria alguma detonação de
explosivos, mas nada ocorreu. "Foi aí que eu imaginei que era um tremor de
terra, mas como isso nunca tinha ocorrido por aqui deixei por isso mesmo",
resumiu Barros.
Segundo
o empresário Arildo Néres, ele e seus familiares estavam em uma chácara próximo
ao rio Parauapebas e sentiram "um abalo muito forte". Todos ficaram
assustados. O servidor da Universidade Federal do Pará (UFPA) na região,
Clebson Araújo, relatou também ter sentido o tremor de terra.
"Eu
estava na Vila Bom Jesus, próximo à mina do Sossego, e fiquei com medo. Até
pensei que fossem as bombas que o pessoal da mina usa e que afetam a
vila", declarou Araújo.
Belém
já tremeu
No
começo da década de 70, Belém sofreu um pequeno abalo sísmico, mas que deixou
muitos moradores assustados, principalmente quem residia no centro da cidade,
onde o impacto foi mais sentido em prédios como o edifício Manoel Pinto da
Silva, na época o mais alto da região Norte, com 25 andares.
Os
jornais do dia seguinte registraram depoimentos de pessoas que relataram ter
percebido portas e janelas tremerem e algumas que precisaram de atendimento
médico. Mas nenhuma rachadura foi encontrada em prédios ou residências nos
bairros onde o impacto foi mais sentido. Tudo não passou apenas de um grande
susto. O tremor foi considerado por especialistas como de baixa intensidade.
Sete tremores, ano
passado
O
Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB) registrou em 2015
sete tremores de terra no Pará com magnitudes tida como
"moderadas". Não chegaram a
ser terremotos, propriamente ditos, como também ocorreu ontem em Canaã dos
Carajás, mas uma acomodação de terras em locais mais profundos da superfície.
Um
desses tremores ocorreu em São Félix do Xingu, no dia 12 de abril, mais
precisamente às 1h24, com o epicentro próximo ao centro da cidade, com
magnitude de 1,9 na escala Richter. O
maior tremor de terra ocorreu em Santa Maria das Barreiras, com magnitude de
2,7 graus, no dia 16 de março. No mesmo mês, outro evento sísmico foi
registrado na cidade de Rurópolis, com tremor de 2,3 graus na escala Richter.
Além do tremor em São Félix, outro considerado
como mais ‘fraco’ aconteceu em Itaituba, com 1.9 grau, fenômeno observado no
dia 19 de janeiro. E no mesmo dia a terra tremeu em Rio Maria, onde houve
registro de 2,4 graus.
Segundo
o portal Na região Norte, o município de Feijó, a 344 quilômetros da capital do
Acre, Rio Branco, registrou o tremor mais forte da região Norte, com 4.6 graus
da escala Richter.
Além
do Pará e Acre, Tocantins e Amazonas também registraram terremotos, segundo o
Observatório Sismológico da UnB. Por serem abalos inferiores a 3,5 graus,
raramente foram notados nas regiões citadas acima. Os que oscilam entre 3,5 a
5,4 graus geralmente são percebidos, mas raramente causam danos.
Segundo
os especialistas na área, os estragos só começam a ser sentidos a partir dos
5,5. Os tremores registrados entre 5,5 e 6 graus são suficientes para arrasar
qualquer edifício com situação bastante precária. Já os eventos entre 61, e 6,9
graus destroem áreas de até 100 quilômetros de raio. O terremoto que devastou o
Nepal, no Sul da Ásia, no último final de semana teve magnitude de 7,8.
Treme,
treme
Redenção
- 18/01 - Magnitude 2,4 graus
Rio
Maria - 19/01 - Magnitude 2,4 graus
Itaituba
- 19/01 - Magnitude 1,9 graus
Santa
Luzia do Pará - 20/01 -Magnitude 2,7 graus
Rurópolis
- 03/03 - Magnitude 2,3 graus
Santa
Maria das Barreiras - 16/03 - Magnitude 2,7 graus
São
Félix do Xingu - 12/04 - Magnitude 1,9 graus
(Do
blog Ver-o-Fato, com site Pebinha de Açúcar)
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