BERTRAND GUAY / POOL / AFP |
AFP /Agence France-Presse
A
seguir, uma breve explicação de um dos conflitos mais complexos do planeta e os
desafios da conferência.
Como
começou o conflito?
O
conflito em sua forma moderna remonta a 1947, quando as Nações Unidas
propuseram a criação de dois Estados, um judeu e um árabe, na Palestina sob
mandato britânico. Israel foi proclamado no ano seguinte.
Em
1967, Israel tomou pela força a Cisjordânia e Jerusalém Oriental, então sob
controle da Jordânia, bem como a Faixa de Gaza, sob administração egípcia.
Desde
então, anexou Jerusalém Oriental, onde estão localizados santuários venerados
por cristãos, judeus e muçulmanos.
Israel
continua a ocupar a Cisjordânia, mas se retirou em 2005 da Faixa de Gaza,
controlada pelo movimento islâmico Hamas desde 2007.
O
conflito resultou em muitas tentativas de paz. A solução de referência da
comunidade internacional é a criação de um Estado palestino que coexista em paz
com Israel.
A
resolução do conflito se choca em disputas que parecem cada vez mais
insolúveis: a segurança de Israel, as fronteiras, o estatuto de Jerusalém, o
direito de retorno dos refugiados palestinos que fugiram ou foram expulsos de
suas terras.
Depois
de anos de luta armada, dois levantes palestinos (Intifadas), várias guerras na
Faixa de Gaza, os Territórios palestinos, Jerusalém e Israel estão
experimentando desde 2015 uma nova onda de violência.
Grande
parte da comunidade internacional teme que a solução de dois Estados seja
apenas uma lembrança. A conferência de Paris quer reviver esse projeto.
-
Discussões no impasse -
Os
palestinos dizem que anos de negociações bilaterais com Israel serviram para
nada. Eles escolheram internacionalizar a sua causa.
Para
voltar a conversar com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o
presidente palestino, Mahmud Abbas, exige a suspensão da colonização nos
territórios palestinos, entre outras condições.
Netanyahu
rejeita qualquer condição prévia, mas exige que os palestinos reconheçam Israel
como um Estado judeu. Os palestinos se recusam, por medo de sacrificar o
direito de regresso dos refugiados.
Para
ambos, os fatores domésticos tornam difícil qualquer concessão.
Netanyahu
lidera atualmente um dos governos mais de direita da história de Israel. Alguns
membros se opõem abertamente a um Estado palestino e defendem ardentemente os
assentamentos.
Abbas,
por sua vez, não tem qualquer controle sobre a Faixa de Gaza, onde o Hamas se
recusa a reconhecer Israel. É também amplamente desacreditado entre os
palestinos.
-
Violência e colônias -
Israel
acusa a Autoridade Palestina de incentivar a violência e diz que a conferência
de Paris fará "a paz retroceder".
Grande
parte da comunidade internacional teme que a continuação da colonização sele o
destino de um eventual Estado palestino, uma vez que esses assentamentos
judaicos corroem o território ocupado por Israel.
Cerca
de 600.000 colonos israelenses vivem na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
O
Conselho de Segurança da ONU aprovou em 23 de dezembro, pela primeira vez desde
1979, uma resolução condenando a colonização, graças à abstenção excepcional
dos Estados Unidos.
-
O que esperar da conferência -
A
conferência acontecerá sem a participação de israelenses ou palestinos.
A
França propôs que o presidente François Hollande informe dos resultados Abbas e
Netanyahu.
Mas
o líder israelense recusou o convite e o Eliseu acabou por anunciar que Abbas
seria recebido "em uma base bilateral nas próximas semanas".
A
realização da conferência é, em si, uma vitória para os palestinos, mas
Netanyahu já advertiu que Israel não sentirá vinculado aos seus resultados.
-
Trump e o desconhecido -
A
conferência acontece cinco dias antes da posse de Donald Trump à presidência
dos Estados Unidos. Após anos de fricções com a administração Obama, o governo
israelense espera uma política americana muito mais favorável aos seus
interesses.
Trump,
que condenou a resolução de 23 de dezembro, prometeu reconhecer Jerusalém como
a capital de Israel.
Uma
autoridades palestina considerou na segunda-feira que com Trump, "todos os
sinais eram negativos". (Fonte: http://www.em.com.br/)
Conférence pour "la paix au Proche-Orient": photo de famille 15/01/2017
Conférence pour "la paix au Proche-Orient": photo de famille 15/01/2017
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