pastor Hermes Carvalho Fernandes |
O
pastor Hermes Carvalho Fernandes, líder nacional da igreja Rhema Brasil,
publicou em seu perfil pessoal nas redes sociais um texto de Rodolpho Medeiros,
em que afirma que o candidato à presidência Bolsonaro (PSL) é uma espécie de
prévia do anticristo, ilustrado na Bíblia no livro de apocalipse. O personagem
será uma pessoa que se levantará para governar o mundo durante a chamada
“grande tribulação”, no fim dos tempos. Com uma lábia fácil, ele convencerá as
pessoas de que é bom, mas produzirá muitas mortes e destruição da fé e dos
valores cristãos do amor.
O
autor do texto disse que a imagem que se tem hoje do anticristo é baseada na
visão americanizada da história, e que não tem referência bíblica. Os traços
verdadeiros, segundo o pastor, se assemelham mais às características de
Bolsonaro, embora enfatize que não acredita que ele seja o próprio, mas sim um
modelo. Confira:
“Enquanto
você olha Bolsonaro com olhos messiânicos eu o enxergo como um anticristo.
Obs*
Esse texto é bastante crítico. Sei que muitos que votam nele, votam por medo do
PT ele NÃO é para você
Obs
2* Esse texto foi feito como resposta aos fanáticos há anos aparecem em meu
Facebook xingando e desqualificando em nome do “bem”
Obs
3* Existe gente do BEM votando em Bolsonauro SEM concordar com tudo o que ele
fala. Esse texto NÃO é para vc
Obs
4* Bolsonaro virou seita como o petismo
A
bíblia diz que o espírito do anticristo se manifesta durante tempos.
Diz
também que o Anticristo consegue enganar até os crentes.
O
EUA, com sua indústria midiática, pintou uma visão do anticristo. Um ateu
convicto e sedutor, libertino e que depois de um tempo sai matando todo mundo.
Existem
séries de livros e filmes falando isso. Até um verdadeiro ateu conhece essa
versão.
Se
você olhar em João, verá que o espírito do Anticristo não tem nada com isso.
João
identificou esse espírito com os agnósticos: gente que acreditava em Jesus,
gente que acreditava ter recebido uma revelação exclusiva dos céus e gente bem
moralista.
Mas
que sutilmente distorcia a interpretação bíblica.
Muito
mais sutil do que parece.
Em
2013 uma espécie de “falso profeta”: um sujeito que se diz Cristão e astrólogo,
que começou a propagar ódio com tons proféticos e messiânicos.
Você
já deve ter ouvido falar de: Olavo tem razão!
Foi
esse falso profeta que ensinou que “nazismo era de esquerda”, “que a inquisição
foi algo positivo”, “que holocausto poderia ser uma fraude”, “que negros
escravizavam negros”, “que a ditadura salvou o país” e daí para o pior.
E
a classe média, com ódio ao PT foi deduzida.
Interessante
que um falso profeta sempre aponta o “espírito” do “Messias”. Identificando o
“Anticristo”.
João
é claro: Aquele que odeia seu irmão ainda está nas trevas. E o discurso do
anticristo surgiu.
Sim,
eu realmente espero que o Bolsonaro converta. Meu desejo é que o Espírito Santo
possa converte-lo.
Pois
da boca dele tem saído coisas que mostram como está o coração.
Cheio
de ódio, preconceito e espírito de violência.
E
infelizmente o falso profeta apontou ele como Messias. E os seguidores logo se
formaram, vivendo sobre o mesmo “espírito”.
Crentes
xingando qualquer um que pensa diferente de esquerdopata.
Crentes
negando o holocausto.
Crentes
demonizando Gays.
Uma
comunidade da assembleia tirando foto com seus membros fazendo símbolo de
armas.
Crente
dizendo que o Estado tem maioria cristã e “quem não gostou” vai embora.
Crente
negando a escravidão.
Fica
o alerta…
Bolsonaro
não é o Anticristo. Mas está agindo por um espírito Anticristo.
Digo:
que Deus realmente possa converter seu coração.
Mas
me preocupo com os “crentes”… Caíram na conversa de um falso profeta tão raso,
imagina quando aparecer o verdadeiro. (Rodolpho Medeiros)”
O
pastor evangélico vem publicando cartas ao longo do tempo, alertando os
cristãos sobre o erro de apoiar propostas e ideias fascistas, e afirma que quem
compactua com tais atitudes está longe da vontade de Deus. Semana passada,
inclusive, ele publicou uma carta aberta destinada aos pastores de igrejas
evangélicas que estão apoiando Bolsonaro para presidente. O texto instalou uma
forte discussão entre os que concordam com a visão evangélica do religioso, e
os que não interpretam dessa forma. Leia abaixo e tire sua conclusão:
CARTA ABERTA AOS
PASTORES E IGREJAS QUE APOIAM BOLSONARO
Por Hermes C. Fernandes
Senhores
(as) líderes evangélicos, graça, paz e discernimento!
As
eleições se avizinham, e boa parte dos pastores de nosso país tem manifestado
seu apoio à candidatura de Jair Bolsonaro. A maioria alega ser ele o que melhor
representa os anseios do povo evangélico, principalmente devido ao seu discurso
favorável à família tradicional e aos valores morais tão caros ao cristianismo.
De
repente, sinto-me como se houvesse viajado no tempo e revivesse os dias da
guerra fria, quando o mundo se via ameaçado pela eclosão de uma guerra nuclear
envolvendo as duas potências mundiais: A União Soviética e os Estados Unidos.
Colegas vociferam de seus púlpitos sobre o perigo do comunismo que ronda a
nossa sociedade. Pergunto-me em que mundo estamos vivendo, afinal? Qualquer um
que levante sua voz a favor do pobre, do excluído, do oprimido, logo é tachado
de esquerdopata, comunista, "agente do inferno", e coisa parecida.
Os
senhores já pararam para se perguntar sobre o que estaria por trás deste
discurso ultraconservador? Há uma onda conservadora varrendo a Europa e os EUA,
suscitando velhos rancores contra os imigrantes, os homossexuais, as minorias,
a classe operária, etc.
No
meio desta avalanche de intolerância, eis que uma voz destoante se faz ouvir
mundo afora. Não de um pastor como foi nos dias de Luther King nos EUA, ou de
Bonhoeffer na Alemanha, mas de um Papa, líder da instituição mais conservadora
do mundo. Por ironia, justamente o primeiro Papa latino-americano se levanta
contra tudo e contra todos os que insistem em ressuscitar um discurso que há
décadas parecia ter sido abandonado e enterrado. Enquanto isso, a igreja
evangélica, que por tanto tempo esteve na vanguarda na luta pelos direitos
humanos passa a se aliar com o que há de mais retrógrado e ultrapassado. Que
vergonha! Tudo em nome de nossos escrúpulos moralistas.
Conseguiram
a façanha de diluir o puro Evangelho da graça num discurso de ódio e
intolerância.
Esquecemo-nos
dos colegas que foram perseguidos, torturados, e, alguns até mortos e
desaparecidos, durante o regime militar. Justificamo-nos no fato de que o tal
candidato defenda os mesmos valores. Será que ser a favor da tortura soa menos
cruel quando se é contrário ao aborto? Será que ser a favor do armamento da
população condiz com o que foi ensinado por Jesus? Afinal, bem-aventurados são
os pacificadores ou os que pretendem armar a população? Ser pela família
tradicional abona a conduta de quem se revela contrário aos direitos
trabalhistas conquistados a duras penas? Se você, pastor, é contra tais
direitos, recomendo que não aceite mais dízimos de décimo-terceiro ou de férias
de seus membros.
Não
ajamos como o profeta Natan que encorajou a Davi a construir o templo,
afirmando-lhe categoricamente que Deus o havia escolhido para aquela
empreitada. Porém, o Senhor não o tinha autorizado a fazer tal coisa, de modo
que, mesmo constrangido, teve que retornar ao rei e dizer-lhe a verdade. Por
causa do sangue que havia em suas mãos, Deus não o designou para edificar Sua
casa, ainda que já houvesse levantado todos os recursos para tal, e recebido do
Senhor a planta, caberia ao seu sucessor tocar a obra.
Quem
somos nós para abençoar o que Deus não abençoou? Quem somos nós para encorajar
o que contraria frontalmente a Sua vontade?
Sei
que muitos alegarão que tudo não passa de manipulação da mídia esquerdista. Mas
basta assistir aos inúmeros vídeos de discursos e entrevistas do candidato para
verificar que exatamente assim que ele pensa. Ele mesmo afirma que o
trabalhador terá que escolher entre ter seus direitos assegurados ou o emprego.
Ele é quem diz com todas as letras que o Estado não é laico, mas cristão e que
as minorias terão que se dobrar à vontade das maiorias. Ele diz que seria
incapaz de amar um filho homossexual e que a homossexualidade é falta de
p*rrada na infância. Diz que não empregaria uma mulher, já que esta engravida.
Diz que educou seu filhos para que jamais namorassem negras. Diz que em seu
governo os índios não receberiam nem mais um centímetro de terra. Se ele é a
favor da família tradicional, por que disse que usava o apartamento para
"comer gente"? Como defender quem diz que uma mulher não merecia ser
estuprada por ser feia? Como apoiar quem defende o uso da tortura se somos
seguidores de um Cristo torturado e morto numa cruz? Como apoiar quem diz que
ordenaria que helicópteros metralhassem uma favela se os criminosos não se
rendessem? Será que na favela só mora bandido? Com que cara visitaremos os
presídios para pregar o amor de Cristo depois de apoiar que tem como slogan
"bandido bom é bandido morto"?
O
sangue de toda uma geração poderá cair em nossas mãos!
Se
você é pastor de uma pequena congregação, talvez esteja indo na onda de grandes
líderes que já manifestaram seu apoio a Bolsonaro. Não seja ingênuo. Muitos
deles o fazem, não por convicção, mas por conveniência, movidos por interesses
nem sempre louváveis (alguns até sórdidos).
Lembre-se
de quem nos considerou fiéis, pondo-nos em seu ministério ( 1 Timóteo 1:12), e
que um dia, teremos que prestar contas (Hebreus 13:17).
Por
isso, deixo aqui uma recomendação que deveria perturbar o sono de todos os que
levam a sério o ministério pastoral:
"Pastoreiem
o rebanho de Deus que está aos seus cuidados. Olhem por ele, não por obrigação,
mas de livre vontade, como Deus quer. Não façam isso por ganância, mas com o
desejo de servir. Não ajam como dominadores dos que lhes foram confiados, mas
como exemplos para o rebanho." 1 Pedro 5:2,3
Não
compete a pastor algum dizer em quem seu rebanho deve votar. Mas compete-nos
instrui-los a reconhecer os riscos por trás de todo discurso de ódio e
intolerância.
Jesus
disse que enquanto o bom pastor dá a vida pelas ovelhas, o ladrão, ao ver o
lobo, foge e deixa suas ovelhas à mercê do perigo. Portanto, cumpramos nosso
papel. Pois cuidar das ovelhas que nos foram confiadas é a melhor maneira de
dizer: TU SABES QUE TE AMO, SENHOR.
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