Couto observa o crescimento de
igrejas de confissão evangélica no País, especialmente segmentos do
neopentecostalismo, "com um viés bastante conservador e
mercadológico". "Entre as consequências do avanço dessas igrejas e
grupos, temos uma crescente ocupação de espaços políticos, não só nas esferas
dos legislativos, mas também em diversos outros campos do Estado", afirma
o deputado.
Segundo Luiz Couto, há fatos
"que se constituem em graves alertas para o que pode vir". Ele cita,
como exemplos, "juízes em decisões não reconhecendo religiões de matriz
africanas; policiais ao prenderem pessoas obrigando-os a ler a Bíblia;
prefeituras subvencionando com fartos recursos cultos e eventos evangélicos sob
o pretexto de incentivo cultural; alcaides decretando que suas cidades 'são de
Jesus'; membros do Ministério Público, da Defensoria Pública e magistrados
participando de organismos como 'associações de juristas evangélicos', que por
sua vez, contribuem com a construção de projetos para este Parlamento,
apresentados pela bancada evangélica".
Para o deputado, tal estado de
coisas traz preocupação àqueles que defendem os reais valores republicanos e a
separação das questões de Estado da influência religiosa e de igrejas. O risco,
alerta, é "transformar o Estado brasileiro de forma enviesada em um Estado
refém das interpretações religiosas desses grupos, em detrimento da laicidade e
desrespeitando toda a nossa diversidade étnico-cultural-religiosa, sem
mencionarmos os compromissos atinentes a efetivação dos Direitos Humanos".
São convidados:
- o assessor de Direitos Humanos
e Diversidade Religiosa da Secretaria Especial de Direitos Humanos do
Ministério da Justiça e Cidadania, Sérgio Paulo Nascimento;
- o membro do Comitê Nacional de
Respeito à Diversidade Religiosa (CNRDR) Elianildo da Silva Nascimento;
- a representante da Comunidade
Bahá'i Carolina Cavalcanti;
- o sacerdote de Matriz Africana
(candomblé) Francisco Ngunzentala;
- o primeiro-secretário da
Aliança de Negras e Negros Evangélicos do Brasil (ANNEB), pastor Wilson Barboza
da Silva;
- a representante da Associação
Brasileira de Praticantes da Religião Wicca (ABRAWICCA) Márcia Bianchi
(Mavesper Cy Ceridwen).
Fonte: Agência Câmara
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