Nova
declaração conjunta foi apresentada em cerimônia ecumênica na Suécia
Por
ocasião do início das comemorações dos 500 anos da Reforma Protestante, foi
feita uma cerimônia na Suécia que reuniu líderes do Vaticano, incluindo o papa
Francisco e as principais lideranças da igreja luterana europeia.
Nessa
espécie de “contagem regressiva”, para o aniversário de meio milênio a ser
comemorado em 31 de outubro de 2017, a catedral de Lund recebeu uma cerimônia
ecumênica, seguida da apresentação de mais um documento de cooperação entre os
dois ramos mais populares do cristianismo.
O
encontro também marca os 50 anos de cooperação entre católicos e luteranos, que
teve início logo após a declaração do Concílio Vaticano II. Outro grande passo
foi a assinatura da “Declaração conjunta sobre a doutrina da justificação”,
assinada em 1999, onde teólogos católicos e luteranos minimizaram boa parte do
que Lutero defendia quando deu início à Reforma, divulgando suas 95 teses na
Alemanha. A escolha da catedral de Lund é simbólica, pois ela foi erguida como
templo católico, mas serve como espaço de culto evangélico desde o século 16.
Pedido mútuo de perdão
O
papa Francisco chegou à Suécia nesta segunda-feira (31) para se reunir com
líderes luteranos em uma demonstração de unidade. A data marca o início do
protestantismo evangélico que dividiu países e resultou em violenta perseguição
religiosa. A Guerra dos 30 Anos, entre 1618 e 1648, foi um dos episódios mais
sangrentos da história europeia. Na Suécia, por exemplo, eram punidos com
rigor, incluindo mortes e deportações, aqueles que rejeitavam a fé luterana.
Ontem,
os líderes cristãos lamentaram essas divisões históricas. Pediram mutuamente
perdão pelas mortes e pelas dores causadas pela divisão da Igreja. “Nossa
separação tem sido uma imensa fonte de sofrimento e incompreensão”, afirmou
Francisco. “Como católicos e luteranos, tomamos agora uma jornada comum de
reconciliação”, assegurou durante seu sermão na catedral de Lund.
Na
chegada, Francisco foi recebido com aplausos. Durante a cerimônia, alternou os
momentos de oração com os líderes da Federação Luterana Mundial. Estavam
presente no evento o rei da Suécia, Carl 16 Gustaf e a rainha Silvia.
No
final do evento foi divulgado uma declaração conjunta assinada pelo pontífice e
por Munib Younan presidente da Federação Luterana Mundial, que representa mais
de 74 milhões de pessoas em 98 países.
O
material afirma: “Graças ao diálogo e testemunho compartilhado, já não somos
desconhecidos. Aprendemos que aquilo que nos une é maior do que aquilo que nos
separa. Enquanto somos profundamente agradecidos pelos dons espirituais e
teológicos recebidos através da Reforma, também confessamos e lamentamos diante
de Cristo que luteranos e católicos feriram a unidade visível da igreja. As
diferenças teológicas foram acompanhadas de preconceitos e conflitos, e a
religião foi instrumentalizada para fins políticos “.
Também
diz a declaração que os dois grupos recusam “energicamente todo o ódio e
violência, passado e presente, especialmente a cometida em nome da religião”.
Etapas do ecumenismo
mundial
Essa
aproximação com evangélicos não é o único passo do Vaticano para o ecumenismo
mundial.
O
papa Francisco já disse que cristãos e muçulmanos são “irmãos e irmãs viajando
pelo mesmo caminho”. Em reunião com Bartolomeu I, um dos mais importantes
líderes da igreja ortodoxa, falou sobre a tentativa de reunificação das duas
vertentes do cristianismo, separadas há quase mil anos.
No
último outubro, uma cerimônia no Vaticano reuniu líderes, de mais de uma dezena
de tradições religiosas, incluindo sikhs e hindus. Francisco pediu na ocasião
que “Todos os crentes, de todas as religiões, juntos, podemos adorar ao criador
por ter nos dado o jardim que é esse mundo”.
No
final, pediu que cada um fizesse orações, “conforme sua própria tradição
religiosa” e conclamou aos representantes das diferentes fés presentes que
pedissem ao “seu deus” que os fizesse “mais irmãos”. Perto da virada do ano,
incluiu os ateus nesse grupo
Recentemente
lançou uma campanha de mídia onde afirma que membros de todas as religiões são
“filhos de Deus”.
Gospel Prime
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